O que significa Convivência para o Museu do Amanhã?

Toda a narrativa expográfica do Museu do Amanhã é construída através de perguntas. Para o curador Luiz Alberto Oliveira, o ato de perguntar também pode iniciar, com a participação dos visitantes, o processo de compartilhamento de conhecimento, bem como o de instigar a dúvida naquele que recebe o questionamento. Dessa forma, a interação com o público, ao acontecer a partir de tecnologias e conteúdos que atuam como superfície junto à iniciativas propostas pelos educadores, também alimentam o desejo de integração na sociedade contemporânea. 

Uma das mais interessantes perspectivas de renovação da educação advém do entendimento de que a função de forjar o intelecto e o comportamento de pessoas e sociedades têm raízes muito profundas na própria constituição dos seres humanos. Humanizar-se é, simultânea e inseparavelmente, estruturar-se como indivíduo singular e como membro de uma coletividade, a partir da aquisição e do manejo de um campo simbólico e técnico, ou seja, de uma cultura. A capacidade básica de, ao se pôr em contato com outros, se constituir como um “si mesmo” remete à própria história evolutiva humana e revela um pano de fundo comportamental como regente das relações entre o indivíduo e o grupo. Esta potência de operar afetos instauradores é a Empatia, fundamento essencial para a convivência.

Analisar como os visitantes e o museu se integram nessas situações contribui para a compreensão de uma estrutura museal que tem promovido outras formas de se relacionar com o público e com seu próprio conteúdo museal, não restringindo sua proposta aos conteúdos científicos, mas abrangendo programações que refletem a pluralidade do discurso curatorial, bem como a pluralidade das existências humanas. 

Nessa estrutura propomos um movimento cíclico no processo relacional e de convivência entre os públicos, os territórios e o espaço museal: as mediações geram, dentre muitas coisas, as conexões comunitárias – a potência de olhar para fora do museu é constituída das relações que se estabelecem entre os públicos, entre os educadores e o público e entre esses sujeitos e a região geográfica que ocupam. Nas conexões comunitárias, projetos que entremeiam o museu e os contextos geográficos fertilizam as ideias e proposições de convivência na região e na cidade; A partir dessas conexões, surge o engajamento: propostas que vibram a continuidade das mediações e das conexões comunitárias; e por recomeço, surgem as publicações e outros materiais, que evidenciam as proposições e alimentam novas ideias para mediações e práticas outras.

 

Mediações

Conexões Comunitárias

Engajamento