Ofisuka 2068 – Imaginando um Futuro do Trabalho

E se todos os trabalhos fossem hipercriativos? E se todo trabalho fosse por temporada? E se você só trabalhasse com o que gosta de fazer? E se você pudesse acessar mais camadas da sua mente? A exposição é, antes de mais nada, uma provocação a imaginar e a criar um amanhã além das narrativas sobre automação extrema e desemprego tecnológico, que dominam as manchetes de hoje. O exercício que fizemos uniu criatividade e ciência para construir uma ideia de futuro do trabalho que fosse mais positiva do que aquelas que vemos nos cinemas e na ficção científica. 

Na exposição, o visitante se depara com uma grande Ofisuka (palavra que significa escritório-casa em japonês), um ambiente versátil que mescla trabalho e convívio de forma colaborativa, que a curadoria da exposição acredita que será muito popular em 2068. Em contraponto à tendência de excessiva virtualização, a Ofisuka é um espaço de trabalho para onde as pessoas poderão se mudar por temporadas para desenvolver para desenvolver novas organizações, iniciativas, campos de pesquisa ou para criar atividades científicas, tecnológicas ou artísticas.

Esse futuro, em particular, foi imaginado por designers do Instituto Europeo di Design (IED), pela equipe do Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA), e por jovens, que provavelmente testemunharão esse futuro, no qual estima-se que 65% das crianças que hoje estão na escola primária irão desempenhar atividades ainda não existentes. A metodologia usada na criação da mostra foi baseada na disciplina “Estudos de Futuros”, que auxilia no desenvolvimento de estratégias, de políticas públicas, e de novos produtos e serviços para influenciar futuros possíveis. O exercício envolveu a análise de sinais de mudança e suas implicações no tempo e em vários níveis sociais, culturais, ambientais e de negócios.

O percurso narrativo ainda exibirá ao público possíveis padrões do trabalho daqui a 50 anos: o de hipercriatividade, que une indivíduos à tecnologia; o de quimeras, novas organizações híbridas entre humanos e não-humanos que viverão como famílias; e o de pessoas artificiais – capazes de gerenciar seus próprios recursos e estabelecer relações de troca. A exposição apresentou algumas possíveis novas profissões como: Onironauta (mineradores de matéria onírica bruta), Pensigner (designer de pensamentos), que facilitam a hipercriatividade de um futuro marcado pela união entre tecnologia, pessoas, natureza e sociedade, que habilitará novas formas de se organizar, interagir e consumir. Assim, conhecimentos em design, psicologia, matemática, neurobiologia e filosofia, e de meditação serão importantes para os profissionais do futuro.

Na exposição, visitantes viram ferramentas, equipamentos, que serão usados em 2068 como a geladeira de gel, as impressoras 3D que criarão móveis e exoesqueletos, impressoras de comida, máscaras de visualização, e casulos de dormir. Pessoas poderão entrar nas Cápsulas onde os Onironautas mineram matéria bruta de sonhos, poderão interagir com uma ferramenta de prototipagem de realidade aumentada no Projectum, e poderão entrar em estados meditativos nos Dream Pods, manipular cenas de sonhos no ComumSonho – Estúdio de Protipação.

19 de setembro de 2018 –  11 de janeiro de 2019