Geografias do Acesso

O programa Geografias do Acesso iniciou em 2018 como um projeto pontual de visitas mediadas voltado para pessoas com autismo e pessoas com deficiências cognitivas. Em 2019, passou a ser reconhecido como um direcionamento, logo tornando-se uma política de acessibilidade e inclusão para as ações educativas do Museu do Amanhã. A política tornou-se ferramenta para dialogar sobre a ocupação da pessoa com deficiência na cidade a partir do modelo social da deficiência.

Se trata de considerar a deficiência não a partir de um campo estritamente biomédico, mas sim como uma questão social. A geografia que nessa política se defende é a ideia de que estamos em rede, em territórios, e buscamos possíveis caminhos para provocar encontros e vias para reconhecer a diversidade humana. Ou seja, ao se tratar de acesso, não falamos de um único ponto a ser alcançado, mas de muitos pontos que precisam se relacionar para então convergir, se conectar. O objetivo é, indissociavelmente, considerar as perspectivas desses acessos e de quem ocupa essas vias.

1) Visitas mediadas cognitivas-sensoriais: a partir de objetos mediadores, focam suas propostas de interação em outras formas de experimentação cognitiva e sensorial dos conteúdos apresentados na exposição de longa duração do museu. Esse tipo de visita considera outras maneiras de vivenciar o conteúdo oferecido pelo museu, junto à pessoas com outros níveis cognitivos e sensoriais, ampliando o acesso a públicos como: pessoas com deficiência visual, pessoas com autismo e pessoas com deficiência intelectual. Essa modalidade de visita também se realiza em horário especial de funcionamento do museu. As sonoridades da exposição são adaptadas às especificidades do público em questão.

2) Trilhar os Amanhãs em Libras: visitas mediadas em Libras que priorizam o público surdo que se comunica pela Língua de Sinais, apresentando uma visita sem necessidade de agendamento prévio e mais apropriada das questões linguísticas envolvidas na comunicação por Libras. Essas visitas também podem ser vivenciadas pelo público ouvinte que se interessa por essas outras possibilidades de interação e comunicação. As visitas acontecem a partir de uma agenda semanal com horário predefinido. Qualquer visitante pode participar sem agendamento prévio

3) Comitê de Acessibilidade do Museu do Amanhã: No fim do ano de 2018, com as experiências de atendimento ao público, eventos, exposições e outras ações, compreendemos de maneira mais prática, a acessibilidade além da necessidade de promover recursos acessíveis básicos. Através do envolvimento de diferentes áreas do Museu para dialogarmos sobre a melhoria dos recursos e engajamento de equipes, o Grupo de Trabalho em Acessibilidade, liderado pela Área de Educação do Museu do Amanhã é então criado com o intuito de promover a discussão das acessibilidades e da deficiência como perspectiva política e estreitamente vinculada aos conteúdos criados pelo Museu do Amanhã.