Exposição de Longa Duração

De onde viemos? Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? Como queremos ir? Na Exposição de Longa Duração do Museu do Amanhã, essas perguntas que a humanidade sempre se fez são abordadas em uma narrativa multimídia estruturada em cinco grandes áreas: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós.

Cosmos aborda a visão de que somos feitos da mesma matéria que as estrelas, e de que nos conectamos com o Universo e nossas origens. Em Terra, três grandes cubos de sete metros de altura apresentam conteúdos que investigam as três dimensões da existência: Matéria, Vida e Pensamento. A área seguinte, Antropoceno, ponto central da Exposição de Longa Duração, mostra como a atividade humana se tornou uma força geológica que transforma o planeta – e traz consequências. O espaço dos Amanhãs foca nas grandes tendências globais e sugere caminhos alternativos para a construção do futuro. O percurso se encerra com o exercício da imaginação na área Nós, que incentiva o engajamento do visitante, ao reforçar que o Amanhã começa agora, a partir das escolhas que fazemos.

O percurso, que soma mais de 40 experiências disponíveis em português, espanhol e inglês, convida o público a examinar o passado, observar as tendências do presente e explorar os cenários possíveis para os próximos 50 anos, com o objetivo de construir, juntos, os Amanhãs que queremos.

Cosmos

Em Cosmos, primeira experiência da Exposição de Longa Duração do Museu do Amanhã, o visitante é imerso numa projeção em 360 graus, percorrendo galáxias, o coração dos átomos e o interior do Sol. Assiste à formação da Terra, ao desenvolvimento da vida e do pensamento, manifestado pela arte. A ideia é proporcionar ao visitante o contato com acontecimentos que ocorrem em grandes e pequenas escalas e que normalmente só podem ser acessados por meio de instrumentos científicos. Do macro ao micro, das magnitudes astronômicas às escalas subatômicas. Trata-se de uma experiência sensorial, poética, motivadora, que nos apresenta o Cosmos como uma totalidade evolutiva, que nos constitui, nos abrange e nos ultrapassa. Em seguida ao domo, na área chamada Horizontes Cósmicos, é possível aprofundar conhecimentos com o auxílio de seis telas interativas.

Terra

No segundo momento da Exposição Principal, Terra, três cubos de sete metros de altura representam a matéria, a vida e o pensamento. Todos os cubos têm um lado interno e um externo. No da Matéria, o lado de fora traz uma visão unificada da Terra, tal como a avistou o cosmonauta russo Yuri Gagarin. Nessa experiência, o visitante vê cerca de 180 fotografias da Terra em grande ampliação. No interior do cubo, se familiarizará com os diferentes ritmos que marcam o funcionamento material do planeta. Diferentes fluxos batizados de “oceanos”. A seguir, temos o cubo da Vida, cuja “pele” remete ao suporte bioquímico do código básico que coordena a composição e o desenvolvimento de todos os seres vivos, o DNA; já o interior apresenta a imensa variedade dos organismos, que se relacionam de múltiplos modos e se integram formando ecossistemas. A diversidade e a interconectividade da vida na Mata Atlântica surgem em uma seleção de fotos produzidas durante três expedições realizadas especialmente para o Museu do Amanhã. Apresentamos o ecossistema da Baía de Guanabara, em seus variados habitats, do topo da Serra dos Órgãos às águas do litoral. Também exibimos o ecossistema microbiano que cada um de nós carrega, e do qual nossa saúde depende. O terceiro cubo, enfim, apresenta a dimensão do Pensamento. No exterior, temos mais uma vez um elemento unificador: nosso sistema nervoso, que é essencialmente o mesmo em todos os seres humanos. Dessa identidade fundamental, no entanto, resulta a incrível diversidade das culturas, ilustrada por centenas de imagens que retratam diferentes aspectos de nossa vida, sentimentos e ações – como habitamos, celebramos, disputamos, pertencemos.

Antropoceno

Chegamos ao momento central da Exposição de Longa Duração. Antropoceno é um termo formulado por Paul Crutzen, Prêmio Nobel de Química de 1995. O prefixo grego “antropo” significa humano; e o sufixo “ceno” denota as eras geológicas. Este é, portanto, o momento em que nos encontramos hoje: a Época dos Humanos. Aquela em que o Homo sapiens constata que a civilização se tornou uma força de alcance planetário e de duração e abrangência geológicas. Não existe hoje uma região sequer que não seja afetada direta ou indiretamente pelo conjunto da atividade humana. Na exposição, seis totens com dez metros de altura trazem conteúdo audiovisual sobre o impacto do ser humano no planeta e as mudanças climáticas extremas. No interior dos totens, o visitante pode conhecer os antecedentes que formaram esta nova era e suas evidências contemporâneas.

Amanhãs

A área dos Amanhãs foca nas grandes tendências globais. Dentro de algumas décadas, teremos bem mais pessoas no mundo, com uma expectativa de vida mais longa. Cidades gigantescas e hiperconectividade. A convivência com pessoas das mais diferentes culturas e modos de vida fará parte do nosso cotidiano. Como e onde vamos viver? O visitante é convidado a pensar nas questões de sustentabilidade e convivência em três espaços: Sociedade, Planeta e Humano. As simulações, estimativas e projeções associadas a esse momento estão dispostas num “origami”. Nas três áreas, são apresentadas as seis tendências que vão moldar o futuro nas próximas décadas, que são as mudanças no clima; o aumento da população mundial (cerca de mais 3 bilhões de pessoas nos próximos cinquenta anos); a integração e diferenciação dos povos, regiões e pessoas; a alteração dos biomas; o aumento do número, da capacidade e da variedade dos artefatos por nós produzidos; e, por último, a tendência à expansão do conhecimento.

Nós

O percurso da Exposição Principal encerra com o exercício da imaginação em Nós, estimulando questões sobre o papel que cada um de nós temos na construção do Amanhã. Vivemos em um planeta profundamente transformado pela nossa própria intervenção. O hoje é o lugar da ação. Qual será o nosso legado para as próximas gerações? Nós está estruturado em torno do ambiente de uma oca, simbolizando uma casa do conhecimento indígena, onde os membros das famílias e clãs da tribo vêm se reunir e os mais antigos repetem para os mais novos as lendas, as narrativas, as histórias que compõem o fundamento de sua cultura. É aqui também que o visitante encontra o único objeto físico integrante do acervo do museu: um churinga. Esse artefato dos aborígines australianos, de aparência, para nós, enigmática, é, na verdade, uma ferramenta. Contudo, não serve para furar ou cortar: trata-se de um utensílio simbólico. Serve, para aquele povo e muitos outros, como uma ferramenta temporal, associar o passado ao futuro. Os saberes das gerações passadas que são legados às futuras. O churinga representa, assim, a própria continuidade do povo e de sua cultura.

IRIS +

Inaugurada em dezembro de 2017 como a primeira grande extensão da Exposição de Longa Duração, a experiência IRIS+ permite ao visitante aprofundar sua visita ao Museu do Amanhã. A assistente cognitiva construída com a tecnologia IBM Watson – plataforma de Inteligência Artificial – foi desenvolvida para formular perguntas aos visitantes e compreender suas respostas. A IRIS+ encoraja o público a agir para um amanhã mais consciente, tolerante e sustentável. Guiado pelos eixos temáticos do Museu do Amanhã, sustentabilidade e convivência, o visitante é questionado a respeito de preocupações envolvendo temas ligados à Exposição de Longa Duração. Após o diálogo entre humano e máquina, são apresentadas iniciativas de organizações de todo o Brasil, e o visitante é convidado a se engajar em ações que mitiguem a preocupação apresentada no início da experiência. O projeto foi considerado pelo jornal estadunidense “The New York Times” como um dos mais disruptivos usos da inteligência artificial em museus pelo mundo.

Baías de Todos Nós

Inaugurada em 19 de outubro de 2018, a experiência interativa “Baías de Todos Nós” oferece ao visitante conteúdo exclusivo sobre a Baía de Guanabara e seus futuros possíveis. Além disso, o visitante tem a oportunidade conhecer mais sobre outras quatro baías pelo mundo: Sydney (Austrália), Tóquio (Japão), Chesapeake (Estados Unidos) e Jacarta (Indonésia). A experiência aborda as características e a realidade de cada ecossistema, incluindo aspectos relativos a biodiversidade, economia, aquicultura, pesca, situação de saneamento e ações de despoluição. Os interativos propõem educar de maneira lúdica, com fotos e notícias em parceria com o Projeto #Colabora e o site de notícias G1, além de um jogo sobre o boto-cinza, símbolo de uma Guanabara que ainda resiste. Os visitantes podem participar enviando fotos de denúncia por meio da plataforma Colab, inserindo a hashtag #baiasdetodosnos no Instagram.